Polícia Federal desmantela quadrilha que explorava ilegalmente área de um milhão de metros quadrados na zona Oeste
Polícia Federal prende 40 ao combater ação miliciana no Rio Apesar de não saber como a milícia dava nota fiscal, o delegado acredita que essas empresas não sabiam da ilicitude do material. No que se refere ao governo estadual, Scliar também o isenta de culpa. “Penso que não há responsabilidade estatal. Mas talvez seja preciso pedir esclarecimentos”, afirma.
Durante a ação, 40 pessoas foram detidas para averiguação. O terreno foi todo escavado durante, pelo menos, dois anos. “É a primeira vez que vejo roubo de concessão para retirada de saibro e argila”, disse Scliar. A concessão não é mais válida. Segundo o delegado, ela foi retirada “no peito e na raça” do dono pelos milicianos. A informação é que quem chefiava a área era um homem que se dizia policial, identificado como Castro. Pelos indícios, ele conseguiu fugir quando a PF chegou ao local.
A casa onde Castro morava também funcionava como escritório. “É um oásis em um deserto de miséria”, explicou o delegado. Quando a polícia chegou a casa, um dos quartos estava desarrumado, o ar condicionado ligado e uma das janelas aberta, indicando a fuga. Foram encontradas aves silvestres também. Apesar de Castro ter escapado, o pai dele foi preso durante a operação.
Um oficial da polícia militar também lucrava com o terreno. Ele, provavelmente, alugava caminhões para fazerem o transporte da terra. “Aquilo parece um solo lunar”, contou o delegado ao explicar como está a terra atualmente. Algumas das estratégias dos milicianos para intimidar os moradores que residem ali perto era cavar buracos com aproximadamente 20 metros até a parede das casas. Resultado: o morador não descia para fiscalizar.
Mesmo com essa maneira de intimidar a população local, uma denúncia anônima foi a responsável por mobilizar a PF. A polícia já tinha conhecimento da exploração do terreno, mas foi através de uma informação recebida há cerca de duas semanas que se preparou para ir ao local e desmantelar o esquema.
EDITORAL/VEJA
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